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DIA #2: FRANKFURT, ALEMANHA, ETAPA 2019, EXTREMOS DO MUNDO

Atualizado: 19 de ago. de 2021



Dia de partir, acordei cedo para arrumar as coisas para deixar o hostel até às 12h.

Cada vez que olho pra quantidade de coisa que trouxe bate um desespero. É muita coisa para lembrar o tempo todo, onde está, como faz para pegar, um constante exercício de memória. De repente, não acho o celular, ou a GoPro; os segundos que se seguem depois são desesperadores e a aflição aumenta s cada décimo de segundo. O medo de perder algo importante ou deixar algo para trás é constante. E não tem como não deixar algo, sempre o caminho fica com algo, como uma espécie de recordação, às vezes não tão carinhosamente dado por mim. De qualquer maneira, faz parte do desapego, mesmo que inconsciente.


Com a bike montada, saí para pedalar, fui a um parque, tirei fotos. Dessa vez, estou com mais paciência de parar, montar o tripé. É muito bom aproveitar o sol baixo de fim de tarde para fazer isso, as paisagens ficam lindas. O prazer de poder sacar uma câmera e ficar beira rio achando o melhor ângulo é incrível. Acho que resgatei isso em mim.

Até o por do sol, mesas beira rio cheias de, crianças, gente trabalhando com lap-top. A sensação de segurança de não ser atacado é incrível.


Voltei à loja de bike no fim de tarde, fiquei amigo do dono e dos funcionários. Convidaram-me para tomar um cerveja depois do expediente. Não tive como negar. Conversamos bastante sobre tendências europeias de mercado de bike. Aqui existem vários nichos de mercado, o biketouring é um deles. A concorrência é enorme. Escolhi essa marca depois de muita pesquisa e conversar com muita gente. O quadro da bicicleta é construída com um tubo de cromo e o molibidênio e com um incrível garfo de carbono. Conseguiram construir uma liga não espessa que proporciona dureza e leveza. Os freios à disco são mecânicos. Por conceito, não sao utilizados freios hidráulicos em biketouring ou bikepacking. Tudo é pensado fora da performance. Aliás, a performance que se foda, a bicicleta tem que ser durável, parruda e leve. Não existe esse conceito no Brasil ou se existe, está engatinhando.

A fábricas alemãs e holandesas brigam a ferro e fogo por esse mercado. A alemã Bombtrack CO de Munique é nova, tem apenas oito anos e já desponta como destaque de design e qualidade.


Segundo o diretor de marketing faz Bombtrack serei o primeiro a levar s marca ao Brasil o que me valerá um post no rede social deles.

Hoje à noite vou deixar Frankfurt. Serão sete horas de ônibus até Amsterdã. Cheguei com a bike na estação. Saquei todos os alforjes e empacotei tudo de novo. Talvez um dos itens mais úteis até o momento foi o rolo de filme plástico. Enrolei toda a bagagem nele, que ficou um volume único. Apesar de cansativo, estou craque nisso.


A dias de começar a viagem pra Nordkapp, a ansiedade aumenta. Não é uma rota usual aqui. Duas garotas me pararam na rua hoje para saber do trajeto. Desperta interesse, talvez não seja não fácil quanto pareça, principalmente nos países nórdicos.

Hora de partir, ônibus com meia hora de atraso. Já se passava de 1h30 do dia sete, quando o ônibus finalmente chegou. Levei todo o equipamento enrolado no filme, entreguei a bike ao motorista que não falava uma sequer palavra em inglês. Não conseguia prender a bike no bagageiro traseiro; tive que quebrar um suporte de caraminhola para encaixar. Não senti confiança no bagageiro, mas paciência, estava lá, a peça fundamental para a continuação da viagem: a bike

Entrando no ônibus, notei que não estava em posse do meu tíquete. O motorista não queria deixar-me embaraçar. Em body language falei que embarcaria de qualquer maneira porque havia pago o lugar. Pediu meu passaporte, localizou-me pelo sistema, subi no ônibus e parti. Seriam sete horas até Amsterdam, seriam sete horas sem piscar os olhos.

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